Dionísio ou Baco deus do vinho
Aspectos: Deus da liberdade; Deus das festas; Deus da
diversão; Deus do vinho; Deus do desvario; Deus da alegria; Deus da
reencarnação; Deus da simplicidade.
Cônjuge: Ariadne.
Filiação: Júpiter
e Sémele.
Descendentes:
Príapo.
Aliados: Fauno;
Mercúrio; Vulcano; Cíbele; Ceres; Plutão; Proserpina; faunos.
Plantas relaccionadas:
Uva; cevada; sálvia; cravo-da-índia; hera; pachuli; pinho; azevinho;
manjericão; cannabis; erva-cidreira; chacrona; mirra; jurema; acácia.
Atributos e símbolos:
Tirso; guirlanda de parreiras; uvas; leopardo; cântaro.
Signo associado:
Aquário.
Baco (Dionísio, em grego) é Deus do vinho, das festas, da
diversão, do prazer da loucura e exagero. Contudo também é um Deus voltado ao
misticismo e ao espírito.
Nascimento de Dionísio ou Baco
Segundo os mitos órficos, Zagreu, filho de Júpiter (Zeus)
com Proserpina (Perséfone), foi o filho preferido de Júpiter, porém, Juno, enciumada,
ordenou que os Titãs o matassem e o devorassem. Eles o fizeram, e logo depois
Júpiter matou os Titãs com raios. Minerva resgatou o coração de Zagreu, ainda
inteiro. Com as cinzas dos Titãs e de Zagreu, gerou-se a humanidade, formada
pelo corpo físico (Titãs) e pelo espírito (Zagreu). Nos cultos órficos, diz-se
que enquanto a alma é divina, o corpo físico é pecaminoso, e aprisiona a alma,
e passamos por uma série de reencarnações até adquirirmos virtudes suficientes
para ficarmos livres desse ciclo penoso (saiba mais sobre Orfismo). O coração
de Zagreu foi entregue a Júpiter, que o transformou em elixir e deu para a mortal
Sémele, e logo lha teve relações sexuais, gerando dentro de seu ventre o
espírito de Zagreu, porém em outro corpo (reencarnação)
Júpiter a engravidou. Juno então, desfarçada de uma velha
mortal, disse à Sémele, "Se ele realmente diz que é Júpiter, peça-lhe para
que ele se mostre em sua verdadeira forma divina, como prova de amor por
ti".
No dia seguinte, Sémele questionou Júpiter, pedindo-lhe para
que o Deus se mostre em sua verdadeira forma como vive nos Céus, se realmente a
ama. Júpiter então se mostrou esplêndido, luminoso e relampejante (Júpiter é a
personificação dos raios e trovões). Sémele não aguentou vê-lo e morreu
(provavelmente atingida por um raio). Ela estava grávida, e Júpiter foi
obrigado a resgatar o bebê prematuro de seu ventre. O Deus abriu uma fenda em
sua própria coxa e abrigou o feto, que é Baco. Juno andou injuriada a procura
do bebê para matá-lo.
Quando Baco (Zagreu reencarnado) nasceu, Mercúrio, a mando
de Júpiter, levou o bebê à Ásia, sendo criado nas montanhas pelas ninfas. Durante
sua vida nas montanhas, Baco descobriu a parreira e a fazer vinho das uvas,
sendo considerado o criador da primeira bebida alcoólica conhecida pelos
gregos. Os antigos consideravam o vinho uma bebida divina, que eleva o
espírito, assim como os árabes consideravam o álcool (Al Cohol = "espírito
leve" em árabe).
Perseguição de Juno a Baco

Baco iniciou um culto místico muito difundido pela Europa.
Esses cultos secretos envolvia-se embriagues, música e sexo, uma experiência
mística de extremo prazer, para um contato místico. Os sectários dos Cultos
Dionisíacos buscavam uma vida mais tranquila e livre, sem o estresse,
formalidade e monotonia do cotidiano. Primeiramente, os cultos eram reservados
apenas às mulheres (bacantes, ou ménades), somente depois, quando o culto já
avançou até a Itália, que começaram a aceitar homens (confundindo-os com
sátiros, devido ao aspecto selvagem e peles de animais que vestiam). Assim como
o Deus, os fiéis portavam o "tirso", um cetro rústico de madeira,
envolto de hera com uma pinha na ponta. Baco muitas vezes era descrito como
andrógino, e talvez seus fiéis também se vestiam de maneira andrógina.
Uma boa maneira atualmente de servir total devoção a Baco,
sem ser bacante, é largar tudo, parar com o consumismo, parar com a rotina de
"estudar" e "trabalhar" muito, e viver na simplicidade,
vagando sem rumo, conhecendo novos lugares, novas pessoas, conhecendo a si
mesmo, tornar-se puro, buscando sempre estar feliz. Com essa tentativa de se
desgrudar do mundo material, podemos ver semelhança não apenas em Baco, mas
também em Zagreu, afinal são o mesmo diviníssimo Deus, porém com diferentes
avatares. Viver na felicidade, sem preocupações, é viver em Baco.